A idade média das mães ao nascimento do primeiro filho nos Açores foi em 2022 de 29 anos, a mais baixa do país

Em termos percentuais, em 2022, a população residente em Portugal era composta por 12,9% de jovens, 63,1% de pessoas em idade activa e 24% de idosos, de acordo com o documento intitulado “Estatísticas Demográficas 2022” do Instituto Nacional de Estatística. 
A Área Metropolitana de Lisboa e os Açores eram as regiões com maior percentagem de população jovem (14,5% em ambas as regiões); e os Açores apresentaram também a menor percentagem de pessoas idosas (17%). 
Contrariamente, a região Centro detinha a menor percentagem de jovens (11,8%) e a maior percentagem de população idosa (27,4%). 
No Norte, na Área Metropolitana de Lisboa e nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, a proporção da população em idade activa na população total superou o valor nacional (63,1%). Os valores mais baixos deste indicador registaram-se na região Centro e no Alentejo, onde cerca de 61% da população estava em idade activa. 
As alterações na estrutura etária da população, que ocorreram em todas as regiões, ainda que com ritmos diferenciados, têm influência no grau de envelhecimento e dependência das populações. 
Em 2022, em Portugal, o índice de dependência total situava-se em 58,4 jovens e idosos por cada 100 pessoas em idade activa, valor para o qual contribuíam 20,4 jovens e 38 idosos por cada 100 pessoas em idade activa. 
O valor mais elevado do índice de dependência de jovens verificou-se na Área Metropolitana de Lisboa (22,9) e o mais baixo na Região Autónoma da Madeira (18,6%). 
Quanto ao índice de dependência de idosos, o Centro registou o valor mais alto (45,1) e a Região Autónoma dos Açores o mais reduzido (24,9).

Açores com a população 
menos envelhecida do país

O índice de envelhecimento em Portugal era 185,6 idosos por cada 100 jovens em 2022, sendo as regiões do Centro e do Alentejo as mais envelhecidas (231,6 e 215,6, respectivamente) e os Açores a menos envelhecida (117,2). 
Embora em nenhuma região o índice de renovação da população em idade activa tenha registado valores acima dos 100, a Região Autónoma dos Açores era a que apresentava, consistentemente, os valores mais altos. Em 2022 apenas esta região e a Área Metropolitana de Lisboa apresentaram valores acima do índice nacional.

Aumentos da taxa bruta de 
natalidade em todas as regiões, 
menos Açores, Madeira e Algarve
Em 2022, registaram-se 83 671 nados-vivos, filhos de mães residentes em Portugal, um acréscimo de 4 089 nados-vivos em relação a 2021 (+5,1%).  Em 2018 e 2019, verificou-se um acréscimo da natalidade (8,4 nados-vivos por 1000 habitantes), diminuindo em 2020 e 2021. 
Em 2021, a taxa bruta de natalidade em Portugal registou o valor mais baixo do período em análise (7,6 nados-vivos por mil habitantes). Em 2022, a taxa bruta de natalidade registou o valor de 8,0 nados-vivos por mil habitantes. Quase todas as regiões registaram aumentos, à excepção dos Açores, da Madeira e do Algarve. Esta última, foi a única que registou um decréscimo na natalidade, de 8,8 para 8,6 nados-vivos por 1000 habitantes.

Açores apresentam a idade
 média mais baixa ao nascimento 
do primeiro filho no país 

Entre 2017 e 2022, em Portugal, verificou-se um aumento da idade média das mulheres ao nascimento dos filhos: a idade média das mulheres ao nascimento do primeiro filho subiu de 29,6 para 30,3 anos, e a idade média das mulheres ao nascimento de um filho (independentemente da ordem de nascimento) de 31,2 para 31,7 anos. 
Em 2022, e tal como no ano anterior, os Açores foram a região que registou a idade média das mulheres ao nascimento do primeiro filho mais baixa (29 anos), seguida do Alentejo (29,2 anos) e do Algarve (29,4 anos); estas três regiões, juntamente com a Região Autónoma da Madeira (30,2 anos), registaram idades médias abaixo do valor nacional. Por oposição, a região Norte foi a região onde as mulheres tiveram, em média, o primeiro filho mais tarde (30,8 anos). 
No que refere a idade média das mulheres ao nascimento de um filho (independentemente da ordem de nascimento), o Norte e o Centro, foram as regiões com os valores mais elevados e acima do conjunto do território nacional (32,1 e 31,8 anos, respectivamente). Em contrapartida, os Açores, o Alentejo e o Algarve foram as regiões onde as mulheres tiveram, em média, um filho mais cedo (30,7, 30,8 e 30,9 anos respectivamente).

Açores com a maior descida na
 proporção de nados-vivos nascidos 
dentro do casamento

Entre 2017 e 2022, a proporção de nados-vivos nascidos em Portugal dentro do casamento diminuiu de 45,1% para 39,8%. A percentagem de nados-vivos nascidos fora do casamento, com coabitação dos pais, aumentou de 36,8% para 43,3% e a proporção de nados-vivos fora do casamento, sem coabitação dos pais, diminuiu de 18,1% para 16,9%. Neste período, os Açores foram a região onde se verificou a maior descida na proporção de nados-vivos nascidos dentro do casamento (-10,9 pontos percentuais). O maior aumento na proporção de nados-vivos nascidos fora do casamento, com coabitação dos pais, verificou-se na Região Autónoma da Madeira (+11,9 pontos percentuais). Igualmente, a Madeira foi aquela onde a descida da proporção de nados-vivos fora do casamento sem coabitação dos pais foi mais expressiva (-3,9 pontos percentuais). 
Em 2022, em todas as regiões, a proporção de nados-vivos dentro do casamento foi inferior a 50%. Contudo, as regiões Norte (45,4%) e Açores (42,3%) registaram percentagens de nados-vivos nascidos dentro do casamento superiores ao valor nacional (39,8%). 


Açores, Madeira e Norte 
do país com aumento de óbitos

Em 2022 ocorreram 124 892 óbitos em território nacional, dos quais 581 de residentes no estrangeiro. 
O número de óbitos de residentes em Portugal foi de 124 311, menos 530 (-0,4%) do que em 2021. Relativamente ao ano anterior, em 2022 o número de óbitos decresceu nas regiões Centro (-1,8%), Área Metropolitana de Lisboa (-5,5%), Alentejo (-3,6%) e Algarve (-0,7%). Inversamente, o Norte e os Açores e Madeira registaram um aumento de óbitos, de 4,7%, 14,5% e 7,9%, respectivamente. 
A taxa bruta de mortalidade em Portugal, em 2022, foi de 11,9‰, valor inferior ao de 2021 (12 por mil habitantes). 
A taxa bruta de mortalidade, apesar de não isolar o efeito das estruturas etárias das várias regiões, permite avaliar a existência de diferenças regionais sobre os níveis de mortalidade. No período 2017 a 2022, as Regiões Norte, Área Metropolitana de Lisboa e dos Açores foram as regiões onde se registaram taxas de mortalidade sempre abaixo do valor nacional. Em 2022, a taxa bruta de mortalidade mais baixa registou-se na região Norte (10,7‰). A taxa de mortalidade mais elevada verificou-se na região do Alentejo (15,9‰).

Mortalidade fetal reduziu-se nos Açores

Em 2022, registaram-se 305 óbitos fetais de mães residentes em Portugal, mais 14 do que em 2021 (291 óbitos fetais). De referir que em 2022, a mortalidade fetal tardia reduziu-se nas regiões Norte, Alentejo e Açores. A menor taxa de mortalidade fetal tardia registou-se no Norte (1,3‰) e na Madeira (3,4‰).

Maiores diferenças de longevidade 
entre homens e mulheres 
registaram-se nos Açores e na Madeira

 No triénio 2020-2022, na região Norte registaram-se os valores mais elevados da esperança de vida à nascença para o total da população (81,53 anos): para os homens (78,74 anos) e para as mulheres (84,02 anos). Em contrapartida, as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores foram aquelas onde se observaram valores mais baixos, tanto para o total da população (respectivamente, 78,77 e 78,04 anos), como para homens e mulheres. 
As maiores diferenças de longevidade entre homens e mulheres no período 2020-2022 registaram-se nos Açores e na Madeira, onde as mulheres podiam esperar viver, em média, respectivamente, mais 6,94 e 6,58 anos do que os homens. Nas regiões Norte e Centro observaram-se as menores diferenças de longevidade entre sexos (5,28 e 5,42 anos, respectivamente).
Por sua vez, as maiores diferenças de longevidade aos 65 anos, entre homens e mulheres, em 2020- -2022, registaram-se nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, onde as mulheres podiam esperar viver em média, respectivamente, mais 4,33 anos e mais 4,30 anos do que os homens. No Centro verificou-se a menor diferença entre sexos (3,02 anos).

Entre 2017 e 2022 os Açores 
foram a única Região em que 
a taxa de nupcialidade caiu

 Em 2022, realizaram-se em Portugal 36 952 casamentos, um acréscimo de 27,2% por comparação a 2021 (29 057). A subida do número de casamentos resultou igualmente no aumento da taxa bruta de nupcialidade, que passou de 2,8 para 3,5 casamentos por mil habitantes. 
Entre 2017 e 2022, e à excepção dos Açores, todas as regiões registaram acréscimos na taxa bruta de nupcialidade. Em 2022, a Madeira foi a que registou a taxa bruta de nupcialidade mais elevada (4,5‰) do país, e à excepção do Centro (3,4‰) e do Alentejo (3,3‰), nas restantes a nupcialidade foi superior ao valor nacional (3,5‰). 

Açores e Lisboa com percentagem de primeiros casamentos
 inferiores à média nacional

Do total de casamentos celebrados o ano passado, 24, 290 (65,7%) constituíram primeiros casamentos (ambos os nubentes eram solteiros), proporção inferior à de 2021 (67,5%). 
No que respeita às regiões, a Área Metropolitana de Lisboa (63,2%), os Açores (63,1%) e o Alentejo (61,9%) registaram percentagens de primeiros casamentos inferiores à média nacional. Contudo, entre 2017 e 2022, a percentagem de primeiros casamentos diminuiu em todas as regiões, à excepção da Área Metropolitana de Lisboa.

Idade média ao primeiro 
casamento mais acentuada 
nos Açores com 2,6 anos

 O adiar da idade ao casamento é uma tendência que se tem verificado ao longo dos últimos anos, tendo-se registado um aumento de 2,5 anos para os homens e 2,6 anos para as mulheres, na idade média ao casamento; e de 1,9 e 2,1 anos, respectivamente, na idade média ao primeiro casamento.
O ano passado, a idade média ao casamento foi de 39,9 anos para os homens e de 37,4 anos para as mulheres. Em termos médios, os homens que casaram neste ano tinham mais 2,5 anos do que as mulheres. Esta diferença foi mais acentuada no Algarve (3 anos), nos Açores (2,9 anos) e na Área Metropolitana de Lisboa (2,7 anos).
A idade média, ao primeiro casamento, tem igualmente registado aumentos para ambos os sexos, situando-se, em 2022, em 35,1 anos para os homens e 33,7 anos para as mulheres. Em termos médios, os homens tinham mais 1,4 anos do que as mulheres. Esta diferença foi mais pronunciada nos Açores (2,6 anos) e menos acentuada na região Norte (1,2 anos).

Açores com valores mais baixos 
de casamentos celebrados
 entre pessoas do sexo feminino

Em 2022, realizaram-se 801 casamentos entre pessoas do mesmo sexo (549 em 2021); 413 entre pessoas do sexo masculino e 388 entre pessoas do sexo feminino (287 e 262, respectivamente, em 2021). 
Entre 2017 e 2022, celebraram-se em Portugal, 3 602 casamentos entre pessoas do mesmo sexo; 1 918 casamentos entre pessoas do sexo masculino e 1 684 entre pessoas do sexo feminino. 
À semelhança de todos os anos em análise, a Área Metropolitana de Lisboa apresentava, em 2022, o valor mais elevado de casamentos entre pessoas do mesmo sexo, masculino e feminino. Em contrapartida, os Açores registavam os valores mais baixos de casamentos celebrados entre pessoas do sexo feminino e a Madeira, o menor valor de casamentos celebrados entre pessoas do sexo masculino.

Açores e Madeira com taxa bruta
 de divórcios superiores 
à média nacional 

Em 2022, foram decretados 18 464 divórcios de casais cuja morada de família situava-se em território nacional, mais 1 185 do que em 2021 (17 279), correspondendo a uma subida de 6,9%. Em todas as regiões verificou-se uma subida no número de divórcios, à excepção dos Açores, que registou uma descida de 3,6%.
Os valores da taxa bruta de divórcio têm, também, acompanhado a tendência de decréscimo do número de divórcios decretados. Entre 2017 e 2022, a taxa passou de 2,1 para 1,8 divórcios por mil habitantes. 
Em 2022, Açores (2,4‰) e Madeira (2,2‰), foram as únicas que apresentaram taxas acima do valor médio nacional (1,8‰).

Açores com idades médias 
ao divórcio mais baixas 

Entre 2017 e 2022, a idade média ao divórcio aumentou em ambos os sexos, situando-se, em 2022, em 49,1 anos para os homens e 46,7 anos para as mulheres. 
Todas as regiões registaram, igualmente, aumentos nas idades médias ao divórcio, em ambos os sexos, entre 2017 e 2022. Em 2022, nos Açores, as idades médias ao divórcio, tanto para os homens como para as mulheres, foram as mais baixas do território nacional.                                               
                                               
C.P. 

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Autor: CA

Categorias: Regional

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