A favor do aumento do porto da Praia da Vitória

Câmara do Comércio de Angra contra construção de segundo molhe no Porto de Ponta Delgada e contra ‘pressões lobistas’ que existem na região

A Direcção da Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH, presidida por Marcos Couto, manifestou ontem a sua discordância com as recentes declarações do Presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD), no que à construção de um segundo molhe no Porto de Ponta Delgada diz respeito. 
Em comunicado, refere que como já anteriormente referido e defendido em comunicado conjunto com a Associação Agrícola da Ilha Terceira (AAIT), a CCAH entende que “somos uma Região com enormes necessidades sociais e estruturais para um desenvolvimento económico sólido, sem recursos financeiros, mergulhados numa enorme dívida pública que tem hipotecado o nosso crescimento. Não estamos, assim, em condições de desperdiçar dinheiro públicos na duplicação de infra-estruturas sem qualquer utilidade, que não seja o aumento do centralismo, promovendo o desenvolvimento unipolar e como tal, a estagnação da Região. Foi a aplicação da famosa «teoria da locomotiva», que quase fez doutrina na academia e sociedade Regional, que nos levou onde estamos: entre os mais pobres da europa. É, pois, mais do que altura de mudar o paradigma e promover um verdadeiro desenvolvimento harmónico e com equidade nos Açores, o grande desígnio falhado da Autonomia, que a todos deveria corar de vergonha”.
Na mesma nota, a CCAH entende que é urgente avançar para o já anunciado, pelo actual Governo dos Açores, aumento do cais do Porto da Praia da Vitória em 250 metros, que tarda em começar, bem como investir com carácter urgente em equipamentos que permitam uma correcta e optimizada operação nos principais portos dos Açores. Os 46 milhões de euros, agora investidos no porto de Ponta Delgada, combinados com o crescimento de 250 metros, projectado para o cais da Praia da Vitória, vão permitir que a Região fique com capacidade instalada para os próximos 50 anos, com claros ganhos operacionais e acima de tudo com preocupações ambientais. Quanto ao novo modelo de transportes marítimos, a direcção de Marcos Couto e é de opinião  que “o mesmo deve ter por base as infraestruturas existentes, a sua optimização e melhoramento e nunca a construção de novas infraestruturas. É essencial que todo o movimento de carga dos grupos central e ocidental dos Açores seja transferido do porto de Ponta Delgada para o porto da Praia da Vitória, libertando assim o porto de Ponta Delgada para as suas necessidades internas”.
Para além disso, Marcos Couto e os elementos da direcção referem que não podem, igualmente, deixar de manifestar “a nossa preocupação para com as crescentes pressões lobistas e com carácter centralista, que se têm vindo a sentir nos últimos tempos na Região. Já não bastava o não assunto dos cabos submarinos, amplamente rebatido e agora reconfirmado pelas declarações de David Cattler (chefe dos serviços de informação da NATO), para agora termos a teoria de novo molhe para o porto de Ponta Delgada. Existe, nos Açores, e mais especificamente na Ilha Terceira, um porto oceânico, que se encontra sub-aproveitado, que tem que estar ao serviço do desenvolvimento regional, exigindo-se uma gestão proporcional e equilibrada dos principais portos.
Este tipo de atitudes visa minar, cada vez mais, e de forma acentuada, a unidade regional. É mais do que altura de olharmos para os Açores como um todo, sendo que são sempre os mesmos a tomar a iniciativa de desvirtuar/barrar e impedir essa realidade”, lê-se no documento enviado às redacções.
Recorde-se que a Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada, presidida por Mário Fortuna “continua a considerar que a solução estratégica mais adequada para a competitividade do porto de Ponta Delgada e da sua operacionalidade passa pela necessidade de construção de um segundo molhe protector e ampliador do espaço para as actividades portuárias actuais e de futuro do porto de Ponta Delgada.                 N.C.

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Autor: CA

Categorias: Regional

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