Meus queridos! A minha prima da Rua do Poço contou-me que na próxima Quarta-feira dia 1 de Março vai ser empossada a “Comissão de Segurança” criada pela Junta e Assembleia de Freguesia de São Pedro de Ponta Delgada “onde estarão representadas todas as forças que, directa ou indirectamente, possam contribuir para a resolução dos problemas relacionados com a segurança pública e integração social na freguesia”. Depois da posse a Comissão iniciará de imediato os seus trabalhos,… agora só espero que as demais juntas de Freguesia de Ponta Delgada sigam o exemplo da Junta de São Pedro, criando cada uma a “Comissão de Segurança” da freguesia para ajudar a minimizar os estragos causados pela insegurança e pela indigência que se espalha por todos os lados… Pela coragem e pelo trabalho feito… mando um ternurento beijinho ao Presidente José Leal, que se tem manifestado preocupado vezes sem conta com a situação do que naquela grande freguesia se passa,… embora se saiba que a dita Comissão pouco mais possa fazer que identificar pontos negros na segurança e denunciar a quem de direito, sabendo embora que a teia das leis e a burocracia são os empecilhos maiores quando se fala de segurança…. Como diz a minha prima, até para emparedar casas abandonadas é um problema que só Deus sabe. E os popós abandonados na rua, como acontece entre as travessas da Calheta e noutros locais que de noite viram locais de pernoita de droga e prostituição… e esses também merecem atenção e sobretudo acção… porque ela tem sido muito escassa… A minha prima da Rua do Poço espera agora que a dita Comissão vá divulgando as diligências que vai fazendo e os resultados que vai obtendo…
Ricos! Fiquei incrédula com a desorientação política que grassa pela República sobre as comemorações que terão lugar na Assembleia para assinalar os 49 anos da Revolução do 25 de Abril… quando li e ouvi com estes que a terra há-de comer que Lula da Silva virá ao rectângulo luso por essa altura e segundo um anúncio antecipado feito pelo Presidente Marcelo e depois confirmado em terras de Vera Cruz pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros ele irá discursar no Parlamento na habitual sessão dos cravos…. tudo isto dito e feito nas costas do Parlamento nacional, deixando fora do convite o Presidente da Assembleia da República… E sem terem ouvido os deputados e os grupos parlamentares sobre a excentricidade de um discurso estrangeiro na festa da Liberdade portuguesa. Nada me move quanto à visita de Lula da Silva… mas uma coisa é a visita e outra é discursar sobre a festa da liberdade…. A minha prima Maria da Praia, que é entendida nessas coisas da política, disse-me que toda essa situação acontece porque o Governo do Primeiro-Costa, confunde maioria absoluta com ser dono do Parlamento Nacional. Não sou mulher de me meter em políticas, mas acho que isto é mais do que bater no fundo e nesse “bater no fundo” também se conta o Presidente da Republica com a sofreguidão que tem de comentar tudo e fazer anúncios, por conta própria. Isto é baixo demais. Agora quero ver as reacções e o que vai sair desta trapalhada toda… Por mim, juro que naquele dia, nem sei se irei abrir a televisão e só queria ver quais os deputados que os têm no sítio para não aparecer na dita sessão. Passa fora!
Ricos! O meu querido D. Armando Esteves reuniu com os reitores dos Santuários dos Açores e mais uma vez a minha prima Maria da Vila ficou esperançada que desta vez chegue a bom termo o processo de criação do santuário da Senhora da Paz, velha aspiração, descartada então pelo Bispo D. João Lavrador. Para além disso, bem preciso é, um olhar de atenção para a realidade dos Santuários que para além de lugares de acolhimento e piedade são também os pulmões económicos da diocese, coisa que ninguém pode negar. E o engraçado, ou não, é que nas notícias sobre esses encontros nunca aparece uma palavra sobre as contas dos ditos cujos… Todas as paróquias prestam contas e, normalmente as comunidades estão a par da vida económica das suas Igrejas. Por isso mesmo não se entende esta relutância em que as contas dos santuários estejam no segredo dos deuses e que só vagamente se saiba do destino, nunca da quantidade, das verbas arrecadadas…. Transparência também é isto e há muita gente que já prometeu oferecer uma vela ao Santo Cristo se o novo Bispo conseguir abrir esta página que tem estado teimosamente envolvida num velho mistério…
Meus queridos! Muito gostei de ler no jornal que tão generosamente me acolhe no seu seio as declarações da indigitada presidente da Administração do Hospital do Divino que muito falou em paz interna e confiança mútua para o futuro da maior instituição de saúde dos Açores coisa que é bem precisa, depois de tantas frentes de guerra e luta que houve nestes últimos tempos… isto, independentemente do mérito que possa merecer o trabalho feito anteriormente… eu que não sou mulher de andar metida “em guerras de comadres e compadres”… faço votos é para que se consiga pelo menos dar um pouco mais de humanização nos atendimentos e isto é coisa em que as administrações pouco ou quase nada podem fazer. Ainda há dias, em véspera de carnaval, a minha prima Jardelina que tinha uma consulta marcada há quase um ano por via das dores nas cruzes, foi mandada aparecer lá para uma consulta ao meio dia, com a recomendação de estar lá meia hora antes… Lá foi ela e lá esteve, sem comer, (o bar do Divino nunca mais reabriu) até quase às três da tarde e sem que alguém lhe desse uma explicação. E quando foi perguntar a razão da demora trouxe a resposta em duas palavras: “está atrasado”… e ponto final. Três horas para uma consulta de 5 minutos. Pois é! Humanização precisa-se.
Ricos! A minha prima Maria da Praia telefonou-me para me contar como tinham sido os bailinhos de Carnaval que animaram a Ilha de Jesus durante a quadra carnavalesca que findou e que este ano encheram os salões para se desforrarem dos três anos de seca…devido às limitações provocadas pela pandemia. Maria da Praia diz que apesar deste ano ter baixado a quantidade, os ditos cujos tiveram a mesma animação de sempre… com mesas postas e bem recheadas com variados doces e outros aperitivos que faziam crescer água na boca… destinados a obsequiar nas várias sociedades os ranchos que por lá passassem… A minha prima acrescenta que não acha bem que em muitos bailinhos se esteja a perder a tradição do teatro popular em versos, de quadra quintilha ou sextilha que tanto caracterizam aquelas manifestações de cultura popular que bem merecem ser consideradas património imaterial. É que agora o que sobressai em muitos casos é um simples contar de piadas e anedotas, muitas deles já velhas e repetidas, em prosa e sem os castiços versos. Não é que venha mal ao mundo, diz ela, mas nada como manter a tradição e fazer jus a um escol de letristas e autores de enredos que deve orgulhar a ilha e quem se empenha nesta tradição. Aqui fica o desabafo da minha prima Maria da Praia…
Meus queridos! Nunca fui mulher de andar de régua e esquadro na mão… para medir o tamanho das ervas que crescem nas ruas e agora sobre os telhados dos prédios nas cidades, vilas e freguesias. E agora, com a fartura de olheiros que há pelas redes sociais, quando as Câmaras e Juntas não são da sua cor política, ainda pior… Mas já dói a alma passar em muitos lugares de Ponta Delgada onde as ervas crescem ao deus-dará e não se vê jeito de um dia virem a ser arrancadas. Eu sei que anda para aí uma campanha a dizer que antes erva a crescer que herbicida a descer, mas não precisa abusar. Muitas vezes, os próprios varredores podiam, com a vassoura, machucar e até raspar as ervas, mas como não faz parte das suas funções, até se desviam delas… E quanto ás célebres mondadoras térmicas pouco se vêem e menos se ouve falar… Pelos vistos só nos espera é que o sol de verão trate delas…