Meus Queridos! O Governo do meu rico Primeiro-ministro Costa precisa de ir à “bruxa” para afastar o mal que o atormenta em cada medida que toma… O Governo, no mês de Novembro, anunciou com pompa e circunstância o acordo celebrado em sede de concertação social, de médio prazo, para a melhoria dos rendimentos, dos salários e da competitividade… Depois, sem dar cavaco aos empresários, o Parlamento aprovou o diploma da chamada “agenda do trabalho digno”, que altera o Código do Trabalho e outras leis, apenas com os votos favoráveis do PS… O que está a gerar uma revolta nos parceiros que aprovaram o acordo em sede de concertação social que ameaçam agora suspender o dito acordo… Como não há duas sem três, aparece outro imbróglio com as medidas para a Habitação que foram anunciadas com grande solenidade na presença do Primeiro-ministro numa conferência a três vozes… Com uns ambãos novos para fazerem vista e comprados certamente para a ocasião com verbas do PRR… A Ministra da Habitação, coitada, bem se esforçou para responder numa triste entrevista dada à televisão mas meteu os pés pelas mãos e remeteu tudo para a consulta pública que vai correr durante um mês…. Está tudo grosso, como diziam a saudosa Ivone Silva e o Camilo de Oliveira! Ricos, tenham tino no que estão a mexer porque essa coisa da habitação pode ser a sardinha que ponha o burro abaixo… tá?
Meus Queridos! Hoje é Domingo Gordo e são várias as tradições de carnaval que acontecem por esta Região fora. Vou-me mascarar com um fato alusivo a uma personalidade mediática muito badalada nas nossas ilhas, mas que não vou dizer quem, para ser uma surpresa para toda a gente. Podem ficar sabendo que também não vou com o meu vestido azul - bandeira, que está bem guardado com bolas de naftalina, para a próxima oportunidade que o Governo Regional resolver celebrar o Dia da Região e se lembre de me convidar para o efeito. Vou misturar-me com as crianças com trajes coloridos, que este Domingo saem à rua no Pico da Pedra, a outrora “Coimbra” da Ribeira Grande, num desfile organizado pelas escolas e pela Casa do Povo do meu querido e simpatiquérrimo Zeca Jorge - um ponto alto desta data festiva em toda a ilha de S. Miguel, levando muito milhares àquela freguesia da costa norte. Preparei, com a minha comadre Gabriela, um cartaz com uma crítica social muito abrangente, dirigida a diferentes níveis - desde o futebol, passando pela televisão, pela política, recorrendo sempre ao meu sentido de humor para satirizar o estado da nossa Região e que iremos expor no desfile. Tinha preparado também um conjunto de máscaras para a classe política da Região, mas como os ânimos andam muito exaltados entre governantes e deputados... Acabamos por deixar as máscaras para atribuir noutra ocasião, quando as águas estiverem mais calmas pois ainda me podiam confundir com qualquer partido, quando para mim são todos filhos de Deus, embora por vezes não pareçam… Mas voltando ao Carnaval, já combinei com umas amigas que na Terça-feira dia do Entrudo… Iremos comer umas deliciosas malassadas que a minha comadre já encomendou em Santa Bárbara, acompanhadas de um chá branco delicioso que é cultivado pelo Serviço de Desenvolvimento Agrário de São Miguel e, para quem preferir, um bom vinho haverá um Lajido do Pico produzido pela Cooperativa Vitivinícola da Ilha Montanha.
Ricos! Talvez devido a dois anos de carestia devido à pandemia, resolvi ir Sexta -feira, com a minha comadre Gertrudes assistir em Ponta Delgada aos desfiles de inúmeras crianças e acompanhadas por adolescentes e adultos das escolas que juntaram os seus professores e auxiliares de educação para darem largas à sua alegria… Enquanto os pais que puderam lá foram presenciar o desfile dos filhos… Foi um gosto ver a imaginação e sorriso das crianças e de todos os participantes no desfile. Depois da enchente que foi dar um pé de dança ao Coliseu, é a vez dos foliões dos corsos também saírem à rua em várias localidades da Ilha do Arcanjo, enquanto se vão seguir durante três dias as danças e os bailinhos na Ilha de Jesus, e na Ilha Graciosa que vão até começar a aurora de Quarta-feira de cinzas… Só tenho pena que vá desaparecendo a tradição dos mascarados que, individualmente e de forma informal, animavam as nossas freguesias, mascaras que são apreciadíssimas no Carnaval de Veneza que data desde o ano de 1094, altura em que a nobreza se disfarçava para sair com o povo… Foi assim que desde o século XI as máscaras tornaram-se elementos importantes do carnaval e passaram a ser usadas como disfarces nos bailes nobres e em outros eventos… Servem ainda como objecto de diversão nesta quadra onde abunda a sátira polótica ou a retratação de episódios da vida quotidiana… Aqui o que entra é a imaginação dos festivaleiros… E cada terra tem a sua forma de viver estes dias e nada como ir vivendo ao sabor das mudanças que o tempo vai trazendo a todos. Cuidado com o açúcar das malassadas e um ternurento beijinho de bom Carnaval para todos!
Ricos! Muito gostei de ler no jornal que tão generosamente me acolhe no seu seio que a Câmara de Ponta Delgada decidiu emparedar uma casa na Rua de São Francisco Xavier que era um viveiro de droga e porcaria, mesmo nas barbas dos pobres moradores e de quem por ali trabalha. Diz-me a minha prima Genoveva que em vez dos emparedados de que reza a história agora Ponta Delgada vai ser a cidade das “emparedadas”, tantas são já as casas que só assim conseguem não ser antros de desgraça. Mas está visto que como não há lei que obrigue os proprietários a fazer obras e como de algumas até nem os donos se conhecem, a solução é esta e não pode ser outra. E bem bom que agora, depois de tanto assobiar para o lado, parece haver uma união de esforços de todos os responsáveis para ter a segurança como primeira prioridade da cidade… Desde os presidentes de Junta até às polícias e ao até agora meio moribundo Conselho de Segurança Municipal. Mas, ricos! Isto não vai apenas com boas intenções. É preciso gente na rua e é preciso que as leis que existem sejam tiradas da gaveta e aplicadas doa a quem doer. Ninguém gosta de um Estado muito punitivo, mas quando se chega aos extremos em que estamos é preciso mais acção que palavras…
Meus queridos! E já que estou a falar de segurança, também gostei de saber que vai começar o processo de criação de zonas com vigilância electrónica em alguns lugares da cidade. Sei que ainda vai demorar muito tempo porque os trâmites legais e as restrições da lei de protecção de pessoas e dados não são fáceis de ultrapassar, mas é um primeiro passo e, como diz o edil-mor da cidade, mais que gasto, é um investimento. Só que para determinadas actividades e como acontece noutros lugares do mundo, o segredo é não dizer onde as ditas cujas estão instaladas, porque já há muitas técnicas de as ludibriar e não é só o de andar mascarado. Mas o que interessa é começar e ver o que dá e os resultados, porque para além dos lugares já indicados – e bem – há zonas absolutamente cruciais em Santa Clara e Laranjeiras que bem precisam de igual tratamento… Mas como Roma e Pavia não se fizeram num dia, há que ter paciência…
Meus queridos! Quero mandar um ternurento beijinho ao meu querido e sempre dinâmico padre Norberto Brum pelo sucesso que tem sido o trabalho junto dos jovens açorianos em ano das Jornadas Mundiais da Juventude e que já tem a bonita soma, sempre a crescer, de 600 participantes das ilhas dos Açores. Num momento tão difícil para a Igreja, esta aragem de entusiasmo só faz bem, porque não vale andar sempre a falar de juventude e não lhes dar espaço de acção para mostrarem o que são capazes de fazer. O padre Norberto Brum, para além do trabalho na sua Senhora de Fátima do Lagedo tem-se multiplicado em contactos e encontros e aí está o resultado que ele, no seu jeito simples e humilde, vai dizendo que se deve a muita gente e a muita dedicação… É verdade, mas quando à frente há força e sorriso, as coisas correm bem melhor. Parabéns ao Serviço da Juventude e um ternurento beijinho a todos os que estão com um pé nas Jornadas…
Ricos! A minha prima da Rua do Poço nas voltas diárias que dá para resolver os compromissos e cumprir com as obrigações da casa, passa muitas vezes pela Igreja de São Pedro,… Onde gosta de entrar porque não tem que subir a escadaria frontal do templo, desde que na lateral que fica virada para a Caixa Económica da Misericórdia de Angra do Heroísmo foi construída uma rampa para se chegar ao adro da Igreja… Que é ouro sobre azul para tanta gente que sofre de dores nos joanetes... ou do reumatismo próprio da época…. Mas o que ela se admira e que ainda ninguém lhe soube explicar… É por que motivo o quiosque azul que lá está instalado mesmo ao lado da paragem dos autocarros nunca abriu nem funcionou. A minha prima da Rua do Poço pergunta se o lugar não cativa o interesse de ninguém para investir ali,… Ou há outra razão que não se entende e por isso merece resposta! É que havendo na cidade tantos lugares onde o dito cujo poderia ter utilidade, não deveria a Câmara pensar na sua transferência? Ver o quiosque vermelho do Jardim Antero de Quental com belo movimento e olhar aquele azul ali fechado e sem uso até mete dó… E agora a desculpa já não é o restaurante em frente… Que o dito já se mudou de armas e bagagens para o Clube Naval, com muito sucesso…
Meus queridos! Tinha jurado a mim mesma que não ia falar sobre a onda de choque que foi a revelação do relatório sobre os abusos sexuais na Igreja e os números que resultam das denúncias de casos, desde há 70 anos a esta parte. Na conferência de imprensa e com a mestria que se lhe conhece, o meu querido antigo Ministro da República, Laborinho Lúcio, enquadrou os factos na legislação que havia e que há. Factos são factos e da sua responsabilidade ninguém pode fugir. Por mim, ricos, que sempre fomos avessa a generalizações, a única coisa que posso dizer é que talvez um pouco tarde, mas antes tarde que nunca, a Igreja foi pioneira a criar uma comissão e a pôr a nu a verdade dos factos e das ocultações. E como disse Daniel Sampaio, oxalá que outros sectores sociais, desde o interior das famílias a instituições de formação e de desporto, fizessem o mesmo, porque um mal não é mais mal nuns lados que noutros. E se falta lei que se faça lei… Porque num Estado de direito não há leis com efeitos retroactivos. E nenhuma classe social merece ficar enxovalhada por crimes cometidos por membros seus…