Meus Queridos! A rebaldaria que está instalada num poderio de municípios pelo país fora, desde pagamentos adiantados para projectos de construção que nunca viram a luz do dia, como foi o caso do antigo Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-ministro, assim como os negócios imobiliários envolvendo familiares e amigos, como é o caso agora da Câmara de Espinho em que estão envolvidos o Presidente que acabou por demitir-se… Isto sem falar na vergonha que são os contratos de assistência jurídica assinados pelas autarquias com gabinetes de advogados e que custam milhares de euros, quando os municípios devem ter o seu próprio gabinete jurídico… Como manda o bom senso e o dever de bem servir a causa pública… Juntando tudo isso aos casos que se têm passado com as nomeações de governantes … Temos uma mistela que pode virar numa “bomba” para o regime democrático… Mas meus queridos, tal mistela não se circunscreve ao que se passa no país, pois a própria União Europeia está a braços com os escândalos da copa mundial 2022… Que foi parar ao Catar untada pelos milhões que rolaram para as mãos de políticos na reserva e deputados no activo… E não é de esquecer o “jogo” de milhões que rolou entre a Rússia e a Alemanha… Pela mão do ex-Chanceler Gerhard Schröder…. Que se tornou depois administrador da empresa que abastece o gás à Alemanha vindo da Rússia de Putin…. Vejam só as voltas que o mundo dá e as cambalhotas que estão para vir a caminho!...
Ricos: A minha prima Fatinha que vive nos Estados Unidos e já há algum tempo não tinha notícias dela, telefonou-me a semana passada para me dar os bons anos e desejar que esta guerra acabe depressa, porque a vida também por lá está pela hora da morte e não há luz ao fundo do túnel para que Putin tenha um remoque na consciência para mandar parar a carnificina que, sem dó nem piedade, alastra-se todos os dias nas frentes das batalhas. Fatinha aproveitou para me dizer que ficou perplexa, porque recebeu na sua conta bancária que tem cá S. Miguel dinheirinho fresco, sem ter trabalhado por ele…. De imediato telefonou ao seu procurador para deslindar no banco a proveniência daqueles montantes. Daquilo que lhe disseram, o apoio deveu-se ao facto dela ter uma casa cá, onde vem uma vez por outra passar umas férias e possui um contador da luz, pelo que o Governo resolveu dar um apoio para os mais necessitados fazerem face ao aumento do custo da electricidade. Casa fechada, que nem leitura se faz, mas teve direito à tarifa social de electricidade. Ademais, por esta razão também teve direito ao apoio extraordinário de 240 euros com que o nosso rico Primeiro António Costa brindou os mais desfavorecidos. A Fatinha, que tem medo como o diabo da cruz de conflitos com as Finanças, pediu ao seu procurador para devolver tais quantias, não tendo sido possível restituir o dinheiro porque ninguém sabe como se deve fazer e que o melhor era calarem-se com isto… Pelo que me contaram, outros emigrantes que têm casa cá também foram brindados com esta rica prenda do Menino Jesus. E assim vamos cantando e rindo para suportar os desmandos que as tecnologias provocam!...
Meus queridos! Chegou o dia de entrada solene do 40º Bispo de Angra, na Sé Catedral do Santíssimo Salvador, depois de ontem ter canonicamente tomado posse perante o Colégio de Consultores na sede do episcopado. Vou seguir com toda a atenção a prometida transmissão pela RTP/Açores, tanto do cortejo de entrada, desde a Misericórdia, no Pátio da Alfândega até à Catedral, onde D. Armando Esteves Domingues será recebido por um grande coral de vozes de várias paróquias da Terceira, na presença da maioria dos prelados da Conferência Episcopal Portuguesa, incluindo o Cardeal Patriarca D. Manuel Clemente, o Núncio D. Scapolo e, com certeza, o meu querido D. João Lavrador, agora antístite de Viana. Num tempo e com um Bispo como D. Armando, que se apresenta como pessoa simples e acessível, só espero que todo este aparato da chegada seja apenas sinal de como sabemos receber bem e de como somos capazes de compreender o significado do seu sim pelos Açores, sem quaisquer resquícios de triunfalismo que já não cabe na Igreja que se quer hoje… Por mim, e mandando um ternurento beijinho ao novo Bispo de Angra, prometo estar com o meu vestido azul-bandeira aquando da sua primeira missa em Ponta Delgada… Seja Bem-Vindo!
Ricos! Ser professor hoje, para quem o quiser fazer com verdadeiro espírito de ensino e educação, não está nada fácil. E às vezes apetece desistir. Ainda há dias, o professor Teófilo de Braga, também conhecido ambientalista e desde há muitos anos colaborador do jornal que tão generosamente me acolhe no seu seio e no velhinho e sempre renovado Diário dos Açores, escrevia, numa espécie de diário que vai publicando nas redes sociais: “De manhã e princípio da tarde estive na escola a trabalhar. Na primeira aula os alunos estiveram a responder a um teste e na segunda a responder a algumas questões sobre a reflexão da luz. Perante a atitude da maioria deles, cada vez mais me apetece deixar o ensino e dedicar-me inteiramente a falar com as plantas”. Para um professor escrever isto, depois de décadas de entrega ao ensino, dá para perceber o espírito com que muitos alunos vão para as aulas. E se esta mentalidade não mudar, a pergunta que fica é quem quererá ser professor daqui a dias… E a sua falta já se vai sentindo… Mas é o que temos!
Meus queridos! Quero mandar um ternurento beijinho à professora Eugénia Leal que na passada Terça-feira tomou posse como Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca, sendo ela a primeira mulher que assume aquele cargo nos mais de 500 anos de história daquela instituição. Disse-me a minha prima Maria da Vila que foi uma tomada de posse com dezenas de pessoas a participar e presidida pelo Vice Artur Lima, que de tão entusiasmado que estava até chamou Vila Franca de cidade, o que muito gostou minha a prima de ouvir, embora logo a seguir tenha dito que estava pronto para ajudar a Santa Casa de Ponta Delgada, no que foi logo corrigido pelo atento Presidente da Câmara Ricardo Rodrigues, ele que também já foi Provedor, antes do agora cessante Lucindo Couto… Merece também um ternurento beijinho quem organizou o momento de oração na Igreja da mesma Misericórdia, com o coro prioral a interpretar os hinos do Espírito Santo, Senhora das Misericórdias e Senhor da Pedra. Agora é mãos ao trabalho, que os tempos estão difíceis…
Meus queridos! Diz-me a minha sobrinha-neta que gosta de andar pelas redes sociais, que esta semana tem sido um banzé dos diabos com a apresentação das propostas que saíram do concurso de ideias para a requalificação da zona da Matriz, Portas da Cidade e Praça do Município, cada uma delas a gerar mais polémica do que a outra… A minha prima Jardelina diz a este respeito… Que quem semeia ventos colhe tempestades e aí está a prova de que essas coisas não vão com idealismos nem com concursos onde manda mais a imaginação que o bom senso… Pelo que se vê nos projectos, lá se vai a calçada portuguesa, bem bonita, da Praceta e as estrelas do meu querido edil João Gago da Câmara no Largo da Matriz… A posição das árvores parece uma dança, de projecto para projecto e o cinzentismo da pedra parece ser o trunfo do futuro em que até as Portas da Cidade vão ter de ser arriadas para mudar de pouso e dar lugar a um espelho de água… Nem que estivéssemos a nadar em dinheiro e no meio desta desgraça toda não houvesse mais onde gastar o pilim que vai escasseando. Bem fez a Ordem dos Arquitectos ao dizer que nenhum dos projectos satisfaz e que para além dos prémios pela “criatividade” a Câmara deve é repensar tudo… Por mim, ricos, só posso dizer é que estejam quietos… E que poupem nos gastos supérfluos para apoiarem a construção da residência para estudantes universitários em São Miguel, tal como já foi assegurado pelas câmaras de Angra do Heroísmo e da Horta… Para as residências naqueles concelhos!...
Meus queridos! E já que estou a falar de Ponta Delgada, o que interessa estar na ordem do dia é a aflição em que muitas pessoas vivem com a crescente insegurança na cidade e que alguns bem tentam disfarçar, …. Porque não ouvem o clamor de muitos que são visitados em casa pelos “amigos do alheio” que fazem dessas visitas a sua profissão…. Que o digam os moradores de Santa Clara, principalmente os que moram perto da Novo Dia… O que ali se passa é inenarrável e as pessoas não sabem a quem recorrer pois todos dizem que não é com eles e as reclamações e diligências da Junta de Freguesia parece que caem em saco roto… O mesmo se diga para o lado das Laranjeiras e da Calheta, onde a coisa está mesmo preta para os moradores… Ainda há dias, numa acalorada Assembleia de Freguesia, o Presidente da Junta confessou publicamente o seu desânimo por tudo o que está a acontecer… Nisto sim, devem os responsáveis investir tempo e energia e fazer aplicar as leis e posturas que toda a gente tem medo de pôr em prática em nome de humanismos e inclusão que já se viu que não resulta sem a parte de autoridade que falta… O que tem feito o dito Conselho de Segurança?
E já agora meus queridos, a minha comadre Genoveva, depois de termos falado sobre a insegurança e falta de acção das entidades competentes que vai por aí, mandou-me uma cópia dos objectivos e competências dos conselhos de segurança municipal que constam da lei… E que deixo aqui plasmadas as competências que constam do artigo 4º da lei 33/98 que é aplicada a todos os municípios:
Competências do conselho:
1 - Para a prossecução dos objectivos previstos no artigo 3.º, compete ao conselho emitir parecer sobre:
a) A evolução dos níveis de criminalidade na área do município;
b) O dispositivo legal de segurança e a capacidade operacional das forças de segurança no município;
c) Os índices de segurança e o ordenamento social no âmbito do município;
d) Os resultados da atividade municipal de protecção civil e de combate aos incêndios;
e) As condições materiais e os meios humanos empregados nas actividades sociais de apoio aos tempos livres, particularmente dos jovens em idade escolar;
f) A situação socioeconómica municipal;
g) O acompanhamento e apoio das acções dirigidas, em particular, à prevenção e controlo da delinquência juvenil, à prevenção da toxicodependência e à análise da incidência social do tráfico de droga;
h) O levantamento das situações sociais que, pela sua particular vulnerabilidade, se revelem de maior potencialidade criminógena e mais carecidas de apoio à inserção;
i) Os dados relativos a violência doméstica;
j) Os resultados da sinistralidade rodoviária municipal;
k) As propostas de Plano Municipal de Segurança Rodoviária;
l) Os Programas de Policiamento de Proximidade;
m) Os Contratos Locais de Segurança;
2 - Os pareceres referidos no número anterior têm a periodicidade que for definida em regulamento de cada conselho, a aprovar nos termos do artigo 6.º;
3 - Os pareceres referidos no n.º 1 são apreciados pela assembleia municipal sob proposta da câmara municipal, com conhecimento das forças de segurança com competência no município.