A Secretària Regional do Turismo, Mobilidade e Marketing dos Açores, Berta Cabral, afirmou ontem que a questão da entrada do Governo dos Açores na VisitAzores “tem de ser bem trabalhado e estudada”.
“O Governo tem a disponibilidade para entrar, mas põe condições e essas têm que ser satisfeitas, do ponto vista estatutário, financeiro, ao nível de várias questões”, disse a governante.
Adiantou, a propósito, que “essas questões vão ser colocadas à ATA e a ATA “tem que as responder claramente e tem que dar resposta àquilo que são as condições básicas para o Governo poder entrar”.
Berta Cabral deixou claro que “uma coisa é fazer a alteração dos estatutos da ATA que permite a entrada do Governo e isso foi o que foi aprovado. Agora, a entrada em si é uma decisão do Governo, quando verificar que existem as condições mínimas que considera indispensáveis para poder entrar”, afirmou.
Portanto, “o que vai ser colocado à ATA, agora VisitAzores, são essas condições que têm de ser satisfeitas para o Governo entrar. Não há aqui deadlines, (do Presidente demissário da VisitAzores) porque o Governo não tem obrigação de entrar. Entra se sentir que tem condições para entrar. E as condições estão a ser determinadas e elencadas para serem transmitidas posteriormente à VisitAzores”, afirmou Berta Cabral.
Os jornalistas referiram que os estatutos já foram alterados há dois meses e voltaram a questionar sobre que condições são necessárias para o Governo aderir à VisitAzores. A governante voltou a ser muito clara: “Os estatutos foram alterados para permitir a entrada. Se houver necessidade de fazer novas alterações aos estatutos para cumprir as condições que o Governo considera indispensáveis para entrar, haverá nova alteração dos estatutos. O Governo quer condições que considera indispensáveis para entrar. O Governo paga mais de 95% do funcionamento da VisitAzores, pelo que tem que impor condições para entrar, isso é mais do que normal e nós consideramos que essas condições ainda não se verificaram”.
Que condições são essas?, insistiram os jornalistas e a governante voltou a responder: “São condições entre o Governo e a ATA que faremos chegar lá”.
O Governo tem um deadline para que estas condições sejam feitas? A esta questão, Berta Cabral respondeu que “o Governo vai conversar com a VisitAzores impondo as suas condições e a VisitAzores terá o tempo que necessitar para cumprir essas condições. Se não as cumprir, o Governo não entra”.
Quando é que o Governo vai reunir com a VisitAzores? “Não vai necessariamente reunir, mas vai fazer chegar as condições”, respondeu Berta Cabral e o timing, como afirmou, “dependerá de quem está a trabalhar sobre essa matéria”.
A Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas tem vindo a receber contribuições para a redacção final do PEMTA – Plano Estratégico de Marketing dos Açores que “está em revisão”.
Plano de Marketing de Turismo
pronto em Abril
“Tem havido várias sessões públicas, quer com os empresários especializados do sector que são efectivamente os mais interessados na revisão e em dar contributos para a revisão do Plano Estratégico de Marketing dos Açores, mas também com abertura ao público. Toda a gente pode dar o seu contributo, prestar e colher informações relativamente a todo este processo”, afirmou.
Para o Governo dos Açores, realçou Berta Cabral, o Plano Estratégico de Marketing dos Açores “é fundamental, porque é o PEMTA que vai definir as linhas estratégicas da política turística da Região e só depois vêm os instrumentos”.
“Neste momento”, afirmou, “estamos a dar toda a nossa atenção e apoio a este processo de revisão para que ele seja abrangente, para que dê continuidade a uma política de turismo que tem sido objectivamente favorável à Região e que tem desenvolvido muito o sector”.
“E é bom que se diga que nós, em 2022”, prosseguiu, tivemos, de longe, o melhor ano de sempre no turismo dos Açores. Tudo isto tem que ter continuidade sem disrupções, mas sempre olhando o futuro com inovação e com uma visão de longo prazo”.
“É para isso que se está a fazer o Plano Estratégico de Marketing dos Açores e que se está a recolher os contributos de todos, desde o público em geral e sobretudo dos empresários do sector”, concluiu.
A programação para entrega de contributos será de “uma semana, uma semana e meia, para depois os consultores começarem a trabalhar e apresentarem-nos o PENTA para finais de Março, Abril”, completou.
Governo recuperou o Plano
de Ordenamento Turístico
da Região...
Entretanto, a Secretaria Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas manifestou “grande surpresa e incredulidade” perante afirmações do deputado do Partido Socialista, Rui Anjos, relativamente ao turismo nos Açores.
As declarações do deputado, segundo Berta Cabral, demonstraram que o PS/A “está a procurar, sistematicamente, criar confusão e desinformação no sector, prestando um mau serviço ao turismo e aos Açores, quando devia estar empenhado em resolver os problemas que criou nos seus anos de governação”.
Neste contexto, a governante considerou “lamentável e desrespeitoso, para todo o sector do turismo”, que o PS “ignore que o ano de 2022 foi o melhor ano de sempre do turismo nos Açores, com um crescimento recorde no valor económico gerado no sector, bem como com a superação da generalidade dos melhores registos nos principais indicadores de desempenho”.
Berta Cabral considerou 2022 “um ano ímpar no número de ligações aéreas internacionais, com um número inédito de companhias a operar nos Açores, para Terceira e Ponta Delgada, oriundas de mercado de grande potencial e valor acrescentado, como EUA, Reino Unido, Alemanha, França, Espanha ou Suíça”.
No que se refere ao Plano de Ordenamento Turístico da Região Autónoma dos Açores (POTRAA), a Secretária Regional do Turismo considerou “incompreensível que o PS aborde o tema com a leviandade e a superficialidade que utilizou”.
“Os governos do PS aprovaram o POTRAA em 2008 e suspenderam-no em 2010, ficando cerca de uma década nesta situação. Foi o actual Governo dos Açores que foi recuperar o documento e despertar novamente o debate público”, referiu, a propósito.
É entendimento da Secretaria Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas que o desenvolvimento do POTRAA (como instrumento operacional que é) deverá ser posterior à revisão do PEMTA – Plano Estratégico e de Marketing do Turismo dos Açores, que “é o instrumento definidor das linhas de orientação estratégica para o desenvolvimento turístico da Região…”
J.P.