27 de setembro de 2022

Garantir o bem-estar dos jovens dos Centros de capacitação e inclusão

 O CACI, Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão, que veio substituir a designação de CAO Centro de Atividades Ocupacionais, é uma das valências institucionais, criada na Ribeira Grande em 2002, celebrando agora os 20 anos da sua existência.
Estimular e promover o desenvolvimento das capacidades remanescentes da pessoa portadora de deficiência mental grave a profunda é uma das suas missões que a Misericórdia ribeiragrandense acarinha com desvelo, não apenas pela necessidade de uma permanente atenção que é devida aos seus utentes, mas sobretudo pela satisfação que advém da obrigação de proporcioná-los um ambiente familiar com um calor humano fraterno que acarinhe e contribua para uma melhor qualidade de vida, onde eles se sintam cidadãos com os seus direitos condicentes com a sua condição física e mental. 
Tratam-se 20 anos da existência, retratada na bonita história, que tem sido escrita desde que abriu as suas portas, numa vida de missão e de serviço e de um exigente e solidário acompanhamento humanista dos seus trabalhadores que emprestam as suas aptidões, emoções e a sua essência para afagarem cada um dos utentes que, dia após dia procuram no CAO a sua fonte de alegria e vontade de viver, dentro da bolha do seu mundo específico.
Atualmente a funcionar nas suas novas instalações veio permitir dotar aquela estrutura de áreas complementares de atividade e equipamento, nomeadamente, ginásio, tanque terapêutico, sala de snoezelen e apartamento de treino de autonomia, que enriquecem o trabalho diário efetuado com os jovens na prossecução dos objetivos específico estabelecidos para cada um.
O objetivo seu primordial e razão de ser da valência visa promover e disponibilizar as melhores condições que contribuam para um desempenho de atividades socialmente úteis, como forma de permitir-lhes uma valorização pessoal e aproveitamento das suas capacidades.
Tudo isto tem como fito procurar manter os utentes ativos, interessados, criativos e criadores, o que permite uma valorização pessoal de todos e cada um deles, bem como cuidar da sua integração na comunidade, o que se traduz complementarmente num apoio às respetivas famílias para que cada um dos jovens possa sentir-se num porto seguro.
Uma árdua e muito exigente tarefa que importa valorizar, pois o apoio técnico permanente nos planos físicos, psíquico e social, bem como a participação em ações culturais, gimnodesportivas e recreativas, diferenciam as atividades lúdicas proporcionadas pelo CAO. As famílias também conhecem bem o esforço e dedicação dos trabalhadores que ao longo destes 20 anos fazem do CAO uma referência regional, que importa manter e engrandecer.
Na Ribeira Grande, como forma complementar, importa passar para a implementação de uma resposta Residencial, que tem como objetivo promover e dar continuidade aos serviços prestados e garantir a qualidade de vida dos nossos utentes, que muitos deles não encontram em suas casas o bem-estar que durante o dia lhes é proporcionado no CACI. Outrossim, importa encontrar uma solução para os que, por limite de idade, têm de deixar o CAO, sem que tenham o suporte familiar e o apoio de que continuam a necessitar. 
A Câmara Municipal da Ribeira Grande já garantiu a disponibilização dos terrenos adjacentes ao CAO, destinados à construção desta nova estrutura, de que a Ribeira Grande tem manifesta necessidade. Por outro lado, da parte do Governo Regional dos Açores, designadamente pelo Vice-Presidente do Governo há abertura e até a vontade expressa de apoiar a Misericórdia na concretização deste desiderato. 
Tudo isto visa garantir o exercício da cidadania e o acesso aos direitos humanos dos utentes que dia a dia demandam o CAO, proporcionando-lhe autonomia, privacidade, participação, individualidade, dignidade, oportunidades de igualdade e não discriminação, pelo que numa altura de celebração de 20 anos de existência enfatizar a parceria com o Governo Regional, mormente através do ISSA e da Direção Regional da Solidariedade Social, que recentemente atualizou as comparticipações para o funcionamento desta resposta social, bem como os apoios pontuais por parte da Câmara Municipal, como forma de se levar por diante esta missão.
António Pedro Costa

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Categorias: Opinião

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