O Governo dos Açores vai conceder um apoio de 1.400 mil euros à frota atuneira açoriana para minimizar os prejuízos provocado pelo aumento do preço dos combustíveis, sem que aumente o preço do peixe capturado pago em lota.
Este apoio, correspondente aos meses de Março a Junho, tem por base o consumo de gasóleo das embarcações no mesmo período de tempo de 2019.
Até 15 de Junho deste ano foram desembarcadas nas lotas dos Açores 520 toneladas de atum patudo, menos de metade da quota permitida, quando em 2019, por esta altura, já se tinha esgotado.
No mesmo período de tempo foram capturados 105 toneladas de atum voador e 16 toneladas de atum rabilo.
Ao contrário do que é normal, a redução de capturas deste ano nos mares da Região não resultam da falta do atum, mas sim às grandes dificuldades financeiras que têm levado os armadores dos barcos a reduzirem o número de viagens à procura de peixe para conterem os gastos com os combustíveis.
Com o gasóleo a um preço por litro acima de um euro, a viabilidade de uma viagem de barco à procura de atum através de achados no mar ou de concentrações de gaivotas é muito duvidosa e há notícia de empresas que poderiam entrar em processo de falência se o Governo dos Açores não efectuar rapidamente o apoio.
Só quando um barco detecta uma mancha de atum é que as viagens se tornam rentáveis. Fazendo acordo com mais um ou dois barcos atuneiros, um deles ficará sempre em cima da manha de atum a pesca enquanto os outros vão descarregar ou apanhar isco (chicharro ou carapau). Só mantendo a mancha de atum é que conseguem boas capturas e a viabilidade da safra.
Mas, na verdade, são poucas as manchas de atum que se encontram nos mares da Região e curto o tempo em que se mantém o cardume à superfície das águas.